sexta-feira, 16 de janeiro de 2009

O IMPORTANTE É A DISCUSSÃO SIMPLES


UM BREVE COMENTÁRIO SOBRE A EXPERIÊNCIA

A Primeira Missa no Brasil, do pintor catarinense Victor Meirelles foi exposta no ano passado no MARGS (Museu de Arte do Rio Grande do Sul Ado Malagoli) de 3 de junho a 27 de julho e teve grande repercussão não somente em Porto Alegre e seus arredores, sendo que vieram pessoas de outras cidades, estados e até de países como México, Argentina, Uruguai, algumas por iniciativa própria e outras com a faculdade, escola, ou até mesmo empresas em geral. Para se ter uma idéia da discussão e debate que esta obra engloba podemos ver que não foram apenas os estudantes de Artes Visuais que se interessaram.Eu mesmo, estudo História, e tenho como achar minha área dentro desta obra com grande facilidade. Feita em três anos,(tendo como data oficial 1860) ela romanceou a realidade dura do encontro de dois mundos. É bem certo que nosso país não enfrentou tamanho confronto como o restante da América, como podemos ver em livros como a Destruição do Paraíso, de Frei Bartolomé de Las Casas.

A EXPOSIÇÃO
Aqui falarei como foi fazer parte desta exposição tão importante que foi realizada no Museu de Arte do Rio Grande do Sul Ado Malagoli. Em primeiro lugar, é importante lembrar,que a obra passou por algumas restaurações antes da última, que terminou no ano de 2006.A exposição contava com fotos, documentos e estudos, além de painéis sobre a restauração de 2006 e um DVD, com os principais passos da mesma.
As visitas tinham um caráter informativo, relatando a situação histórica em que a obra foi criada, quais as suas implicações, bem como a vida e obra do artista. Sobre a Primeira Missa do Brasil, demonstra-se os estudos de Victor Meirelles e entra-se nas discussões sobre a obra em si, e essas não são poucas. Um delas é sobre a europeização dos indígenas que, mais parecem brancos do que própriamente ameríndeos.
Mas, além de discussões interessantes, houve aquelas pérolas que não há como não lembrar. Uma delas, uma senhora me questionou sobre o porquê do texto da exposição constar a frase "Victor Meirelles era autodidata", sendo que ele havia pertencido a Academia de Belas-Artes. Na verdade, ela não viu que o texto tinha um detalhe a mais, ele era "autodidata em alguns fatores como o desenho" e não em tudo. Outra, um senhor discutiu e insistiu que o nome era VICTOR e não VITOR, sendo que na exposição apareceram as duas formas, e atualmente não tem como saber qual das formas realmente era a certa. Até sobre qual era a marca das lâmpadas da iluminação me perguntaram (ainda se fosse sobre a iluminação, seria bem comprensivel).
Enfim, algumas pessoas realmente querem parecer inteligentes com perguntas mirabolantes e super bem elaboradas, que fogem ao comum, sem se ligarem que as melhores discussões começam de perguntas simples, que parecem até bobas, mas essas sim, são as mais inteligentes.

2 comentários:

  1. Concordo contigo... Isso se vê bastante no ramo das Artes, principalmente falando de Arte Contemporânea. A maior parte das pessoas não entende, mas quer pagar de inteligente. Na faculdade isso é muito comum. Depois perguntam por que a arte tá tão desvalorizada... Já que é sempre o mesmo repeteco de perguntinhas complicadas que falam muito e acabam não dizendo nada de útil.
    Se a arte fosse somente submetida ao que sentimos, ou ao que vemos, com certeza as coisas seriam bem mais simples de serem escritas.
    Sobre a Primeira Missa no Brasil, essa foi uma exposição muito especial pra mim. Eu fui ao Margs com a minha faculdade e posso dizer que gostei de tudo lá (eu disse TUDO). E achei muito interessante o DVD da restauração e jamais pude imaginar que um quadro daqueles teria tantos detalhes (e detalhes importantes).
    Bom, teu blog tá lindo, meu amor! Continua escrevendo que eu sei que tu vais longe! ^^
    Te amo!

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  2. Bah, guri! Sempre tem alguém querendo parecer inteligente.. E concordo com o comentário anterior, arte se sente. Sentimentos não são totalmente plausíveis. A opinião geral é de que saber é tudo, porém conhecimento parado, como dizia minha vó (sabiamente, por sinal) "não junta nem mosca"...-

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