sábado, 31 de janeiro de 2009

BREVIDADE DA VIDA - SÊNECA


Vim aqui dar minha opinião sobre um livro de filosofia de um autor muito importante, Sêneca. Sêneca, nasceu em Córdoba, na Espanha (4 ac. - 65 dc.). Oriundo de família ilustre, foi morar na capital, Roma, onde recebe os primeiros ensinamentos sobre a filosofia estóica: Átalo, Sazião e Papírio Fabiano. Em 26, vai ao Egito, onde permanece até 35. Em 39 alcança com um discurso a total ira de Calígula, sendo poupado apenas por intervenção de uma amante do Imperador. Durante 41 e 48 reside com a família na ilha de Córsega como exilado, já que ele não media as palavras com os poderosos. Em 49, por vontade de Agripina, mulher de Claúdio, Sêneca retorna a capital, onde vai ser professor de Nero, próximo Imperador. Neste período escreve as obras A tranquilidade da Alma, A clemência, A vida Feliz e Os Benefícios. Retira-se para a solidão em, 62-65, ano de sua morte.
Mesmo sendo contemporâneo de Cristo nunca , citou nada em suas obras, nem sobre a pessoa Jesus, nem sobre a sua obra de milagres.
Sêneca tem uma atualidade em sua obra, assim como outro autor que li, esse mais recente, chamado Stuart Mill (Londres, 20 de maio de 1806 - Avignon 8 de maio de 1873).
O interessante nessa obra em especial, foi que percebi uma vivacidade na forma de escrever, leitura fácil e gostosa, demonstrando como podemos aproveitar o nosso tempo e questionar os modelos prontos de uma "Vida Feliz e produtiva".

Colocarei um trecho para vocês observarem, mas recomendo a leitura para cada um tirar suas conclusões e depois está aberta a discussão.

Resumo da Obra:
Lamentos contra a rapidez com que a vida transcorre. Eis o que é frequente. Sêneca se detém na análise de tal fato com seu tino de perspicácia filosófica, ele adverte: o problema não é a velocidade do fluxo vital. É sim a carência de critérios para saber como utilizar bem o tempo.


Trecho:
"Seria tedioso apresentar, caso por caso, os indivíduos que empatam a vida em jogos de xadrez, ou de bola, ou mesmo no aquecimento do corpo sob o sol. Não considero desocupados aqueles cujos prazeres acarretam ocupação empenhativa. Ninguém duvida que, apesar da dedicação, o entregar-se a estudos fúteis de literatura também nada produz. Desses, há uma multidão entre os romanos. Tem havido, entre os gregos, a mania de averiguar qual o número dos remadores que Ulisses empregava, se a Ilíada fora escrita antes da Odisséia, se procedem o mesmo autor e outras coisas mais desse tipo, que vistas pelo aspecto da utilidade, nada ajudam a vida pessoal, mas, se reveladas ao público, ao invés de pareceres erudito, passarás por enfadonho."

Bibliografia:
SÊNECA, Lucius Annaeus; A brevidade da vida; Editora Escala; São Paulo-SP; 2007.

domingo, 25 de janeiro de 2009

DANIEL SENISE E SUAS IMPRESSÕES



Para começar devo me justificar porque estou novamente falando sobre arte, museus, exposições e não de História própriamente dita. Mas, na verdade, isso reflete do meu trabalho de orientador de visitas em um Museu de Arte, onde tenho muito contato com a arte nacional e internacional em geral, de esculturas à pinturas. Aqui, vim relatar mais uma exposição em que trabalhei, a primeira exposição de Daniel Senise no MARGS, individualmente, sendo que em 1998, ele já havia demonstrado algumas obras. Daniel, artista carioca (1955-), é formado em engenharia civil na UFRJ, e participou do movimento nos anos 80 no Brasil o "Como vai você, Geração 80?",realizado no Parque Lage (RJ), que foi um movimento contestatório da arte nacional, sendo realizado em 1984, ou seja, em meio ao fim da ditadura. Em 1985, participa da 18° Bienal de São Paulo, onde alcança reconhecimento nacional. As obras de Senise são uma grande mescla de História da Arte e da sociedade em si. Voltando a essa exposição, podemos falar da técnica de Senise, que desperta curiosidade e encanto, em pessoas das mais diferentes idades ou gostos. A exposição contava com 17 telas sendo duas trabalhadas em alumínio e o restante em impressões na madeira, e nas palavras do próprio Senise, "Eu queria dar uma relevância de objeto àquela matéria. Foi quando comecei a imprimir a tela". Então, Daniel formava suas próprias obras, fazendo as superfícies e após, estendia a tela sobre elas e deixava o oléo descobrir suas formas e vazios, como em um "sudário". Além das preocupações com as sensações de espaço, ele se preocupava com as de tempo, já que deixava os pregos demonstrarem suas marcas de ferrugem e o desgaste cruel do tempo. Essa técnica ainda contava com a colagem e dava a total sensação de uma realidade paralela. Mesmo que a obra se comunique com Daniel, ele deixa bem claro que ele é o maestro deste processo, sendo todos os cortes e colagens feitos à mão.



Mas,se essa exposição causou encanto e curiosidade,também causou acalorados debates entre estudantes e críticos de arte, entre os que defendem ou não a arte contemporânea. Porém, o mais interessante foi a impressão que os jovens visitantes, de idades entre 4 e 7 anos apresentaram. A realidade dessas obras era tamanha que as crianças não sabiam o que era museu, o que era a arte, tornando os dois algo uno. Na obra Aurora Borealis, até adultos temiam se machucar na obra.



Uma obra que causou muito encanto foi a "Vai que nós levamos as partes que te faltam", uma das preferidas nesta mostra, até porque causava uma enorme aproximação entre artista e público sendo que retrata o parquê do apartamento do artista. Agora, uma coisa é certa, quem embarcar no universo de impressões de Senise, nunca mais esquece, seja homem, seja mulher, adulto ou criança, o encanto e admiração é igual, por esse mar de sensações humanas. Karin Lambrecht, que participou do movimento "Como vai você, Geração 80?", também estava em exposição no MARGS, demonstrando um pouco da arte oitentista brasileira.

sexta-feira, 16 de janeiro de 2009

Disney e o nazismo


Achei muito interessante um desenho da época da Segunda Guerra Mundial, onde o personagem da Disney, Pato Donald, encarna um soldado nazista e mostra bem a sociedade da época e suas implicações. Para assistir ao vídeo clique aqui.

O IMPORTANTE É A DISCUSSÃO SIMPLES


UM BREVE COMENTÁRIO SOBRE A EXPERIÊNCIA

A Primeira Missa no Brasil, do pintor catarinense Victor Meirelles foi exposta no ano passado no MARGS (Museu de Arte do Rio Grande do Sul Ado Malagoli) de 3 de junho a 27 de julho e teve grande repercussão não somente em Porto Alegre e seus arredores, sendo que vieram pessoas de outras cidades, estados e até de países como México, Argentina, Uruguai, algumas por iniciativa própria e outras com a faculdade, escola, ou até mesmo empresas em geral. Para se ter uma idéia da discussão e debate que esta obra engloba podemos ver que não foram apenas os estudantes de Artes Visuais que se interessaram.Eu mesmo, estudo História, e tenho como achar minha área dentro desta obra com grande facilidade. Feita em três anos,(tendo como data oficial 1860) ela romanceou a realidade dura do encontro de dois mundos. É bem certo que nosso país não enfrentou tamanho confronto como o restante da América, como podemos ver em livros como a Destruição do Paraíso, de Frei Bartolomé de Las Casas.

A EXPOSIÇÃO
Aqui falarei como foi fazer parte desta exposição tão importante que foi realizada no Museu de Arte do Rio Grande do Sul Ado Malagoli. Em primeiro lugar, é importante lembrar,que a obra passou por algumas restaurações antes da última, que terminou no ano de 2006.A exposição contava com fotos, documentos e estudos, além de painéis sobre a restauração de 2006 e um DVD, com os principais passos da mesma.
As visitas tinham um caráter informativo, relatando a situação histórica em que a obra foi criada, quais as suas implicações, bem como a vida e obra do artista. Sobre a Primeira Missa do Brasil, demonstra-se os estudos de Victor Meirelles e entra-se nas discussões sobre a obra em si, e essas não são poucas. Um delas é sobre a europeização dos indígenas que, mais parecem brancos do que própriamente ameríndeos.
Mas, além de discussões interessantes, houve aquelas pérolas que não há como não lembrar. Uma delas, uma senhora me questionou sobre o porquê do texto da exposição constar a frase "Victor Meirelles era autodidata", sendo que ele havia pertencido a Academia de Belas-Artes. Na verdade, ela não viu que o texto tinha um detalhe a mais, ele era "autodidata em alguns fatores como o desenho" e não em tudo. Outra, um senhor discutiu e insistiu que o nome era VICTOR e não VITOR, sendo que na exposição apareceram as duas formas, e atualmente não tem como saber qual das formas realmente era a certa. Até sobre qual era a marca das lâmpadas da iluminação me perguntaram (ainda se fosse sobre a iluminação, seria bem comprensivel).
Enfim, algumas pessoas realmente querem parecer inteligentes com perguntas mirabolantes e super bem elaboradas, que fogem ao comum, sem se ligarem que as melhores discussões começam de perguntas simples, que parecem até bobas, mas essas sim, são as mais inteligentes.