segunda-feira, 4 de julho de 2011

AS FÁBULAS DE FEDRO







Fedro, ou mais precisamente Caio Julio Fedro (Gaius lulius Phaedrus), foi um fabulista romano. Foi o grande propagador do gênero, apesar de legar a Esopo a condição de fundador do estilo. Inclusive, as fábulas de Esopo não foram manuscritas o que torna mais importante a contribuição de Fedro, visto que as idéias de Esopo aparecem apenas por meio das narrativas do romano.
As fábulas de Fedro desenvolvem uma dura crítica os valores morais da época, aos costumes, entre outros fatores da vida social romana. Também promoveu manifestação política, visto que por meio de sua linguagem figurativa e simbolizada, pode argumentar sobre inúmeras questões dos governantes locais. Enquanto Augusto era o imperador, tinha liberdade quase que total para produzir seus trabalhos. Porém, após a morte deste e a ascensão de Tibério, suas pesadas críticas não encontraram mais espaço e acabaram por promover seu exílio de Roma.
Apesar deste eixo político, o mote de seus trabalhos era o social. Escravo liberto do Imperador Augusto, entendia como fator primordial para a discórdia entre os homens as desigualdades estamentais, dividida em Patrícios, Plebeus e Escravos. Evidentemente que este conceito de escravo difere muito do que observamos na modernidade e contemporaneidade. O escravo aqui não possui cor, não possuía etnia. O escravizado era feito escravo por derrotas de guerra (contra Roma), obrigado a trabalhar sem receber nenhum benefício em troca. Não possuía direitos políticos. Inclusive dedica inúmeras fábulas suas a relatara as situações vividas pelos oprimidos, subjugados por opressores vorazes.





Sua produção totaliza-se em cinco livros, onde são destaques fábulas mundialmente conhecidas como: O Lobo e o Cordeiro (livro I), A rã implodida pelo boi (livro I), A águia, a gata e a javalina (livro II), Esopo e o Campônio (livro III), A raposa e a uva (livro IV) e Alegoria do tempo (livro V).
Ainda chamam a atenção outras produções como: A Nave (livro III), A origem do homossexual e da Lésbica (livro III), Acerca dos Vícios Humanos (livro IV), O cão velho, o javali e o caçador (livro V). Alguns especialistas levantam questões quanto sua originalidade intelectual, outros com críticas um tanto severas acusam-no de mero copista de Esopo.
Outros nomes que vão ser importantes para a o gênero são: Gualtiero Angélico, La Fontaine, Trilussa e Anouilh.

Transcrevo a mais famosa fábula de Fedro, visto o quanto está nos é conhecida e quanto podemos refletir a partir dela:





1. Uma raposa, coagida pela fome, cobiçava a uva (pendente) numa alta videira. (Tentava agarra-la), com muito esforço. Não podendo alcançar, afastou-se e disse: “Ainda não está madura; não quero apanha (-la) assim azeda”.
2. Quem desdenha, com palavras, o que não logra realizar, há de aplicar para si este exemplo.

quarta-feira, 16 de fevereiro de 2011

Diderot e sobrinho de Jean Phillipe Rameau - "O dinheiro dos tolos é o patrimônio do sabido"



Venho aqui novamente após uma leitura. Mas, isso não apresenta a menor novidade. O que é realmente novo foi o como este livro me tocou na questão principal de que trata, o que nem sempre ocorre (visto o caso de O Nascimento da tragédia - Nietzsche), a música.
Neste caso em específico a música em geral, desde seus aspectos mais íntimos até as discussões das teorias musicais.
Diderot, conhecido enciclopedista, cria um diálogo filosófico sobre inúmeros assuntos, dentre eles música, arte em geral, educação e moral com o sobrinho de um dos maiores compositores de sua época, Jean Phillipe Rameau. Os iluministas mantinham uma enormidade de rivalidades com outros pensadores, inclusive compositores e musicos.
O contexto musical desta época estava em crescente ebulição, devido a inserção dos musicistas italianos. Obviamente que um dos que menos se agradava desta situação era Rameau.
Como os enciclopedistas anseavam por mudanças inclusive na área musical, viam com bons olhos estas novas tendências. No diálogo o sobrinho de Rameau, um vagabundo que não possuía nem ao menos um local fixo para morar, mas que entendia muito de arte e música, acaba expressando algumas opiniões agressivas ao seu tio, o Grande Rameau, provavelmente fosse este o interesse de Diderot em sua obra.

Alguns trechos me impressionaram, inclusive a maioria não tem relação com o foco principal do livro, começando a discutir mais diretamente sobre música, somente na página 78 (Editora Escala - Coleção Grandes Obras do Pensamento Universal, 2006), apesar que na página 46 Rameau reclamou a Diderot, querendo conversar apenas sobre música.

LEGENDA = EU = DIDEROT ; ELE = SOBRINHO RAMEAU



Pág 42:

EU - Idiotismos.

ELE - Exatamente. Pois bem, cada posição social tem suas exceções à consciência geral do bom grado as designaria de idiotismos do ofício.(...)

EU - À força dos idiotismos.

ELE - (...) Idiotismos existem em quase todas as posições sociais, pois são comuns a todos os países, a todos os tempos, assim como há tolices comuns. Um idiotismo comum é o de se proporcionar a si mais práticas do que realmente se pode exercer, uma tolice comum é a de acreditar que o mais hábil é aquele que mais práticas possui.


Pág 46

ELE - Escute, viva a Filosofia, viva a sabedoria de Salomão: beber bons vinhos, saborear pratos delicados, rolar sobre belas mulheres, repousar em camas macias. Excetuando isto, o resto é vaidade.

EU - Como? E defender a pátria?

ELE - Vaidade. Não há mais pátria. De um pólo ao outro só vejo tiranos e escravos.

EU - Servir aos amigos?

ELE - Vaidade. Será que temos amigos? Se os tivéssemos, deveríamos torná-los ingratos? Observe bem e verá que é quase sempre isso que se recolhe por serviços prestados.

EU - Ter uma posição na sociedade e cumprir deveres?

ELE - Vaidade. Que importa ter ou não uma posição, contanto que se seja rico, pois só se consegue uma posição para tornar-se rico.


Agora deixo a provocação a leitura. Bom proveito!

terça-feira, 18 de janeiro de 2011

Belfagor, O Arquidiabo


Li um conto de Maquiavel, que aborda com marcante sarcasmo e com um humor negro inestimável a historia de Belfagor.
Em Belfagor, O Arquidiabo - o autor conta a historia dos infortunados, condenados aos fogos eternos do inferno, sendo que um laço em comum os prende...todos eram casados!!!
Plutão convocou uma assembléia para decidir qual era a melhor maneira de descobrir se realmente as mulheres eram os seres que mais traziam problemas aos homens. Para isso, resolveram enviar um diabo, em forma humana, para passar por uma provação.
Um casamento de dez anos, com todos os maleficios que o homem, enquanto ser pensante possa ser atingido. Belfagor foi o escolhido para tal feito.
Apareceu como Rodrigo de Castela, homem rico e de boa aparencia que casaria com Honesta, jovem que traria os maiores infortunos para ele aqui na terra.
Para não ser estraga prazeres de quem vier a ler este conto, encerro minhas impressões neste momento.

Recomendo a todos uma excelente leitura!!

segunda-feira, 17 de janeiro de 2011

Recomendando - Construindo um Império: Napoleão





Gostaria de recomendar esta sequencia de vídeos do History Channel, que retratam mil anos do poderoso império Francês e o papel marcante de Napoleão Bonaparte!

Aproveitem

http://www.youtube.com/watch?v=DLNJjplyuKQ

http://www.youtube.com/watch?v=4LvQ6xN4wTE

http://www.youtube.com/watch?v=ZRJWzYc-dgE&feature=related

http://www.youtube.com/watch?v=-qngDHm3AX4&feature=related

http://www.youtube.com/watch?v=RokFEhfMEFs&feature=related