terça-feira, 24 de fevereiro de 2009

Escovando os Dentes


1899

Mais um objeto da Série a Origem das coisas, agora ataco diretamente nos dentes da História e em sua conservação.A escova de dentes, um utensílio tão comum para nós hoje já foi objeto para nobres e teve das mais diferentes tipologias. O primeiro projeto de escova vem do Egito e tem 3 mil anos, sendo elas raminhos que raspavam os dentes.
A primeira escova foi feita pelos nosso inventores favoritos, os chineses.
Com as cerdas feitas de pêlo de porco e após de cavalo, contendo 19 cerdas.
As européias surgiram apenas em meados de 1700, onde tinham seu cabo de osso animal.





Em 1938 Dupont, promove as cerdas de Náilon.
Dupont, não só criou como ajudou a aperfeiçoar a saúde bucal de jovens e adultos, sendo que assim as cerdas não machucavam as gengivas. Depois desses feitos somente evoluiram os modelos e funções.

sexta-feira, 13 de fevereiro de 2009

Sobre o Xintoísmo




Conjunto de ritos e mitos que explicam a origem do mundo, do japão e dos japoneses. Começou sem nada muito definido, nem dogmas, nem nomes exatos.
É a única religião que pode ser considerada exclusivamente japonesa, já que não sogreu influências de nenhuma outra seita. Está impregnada na cultura japonesa e tem marcas bem claras na sociedade nipônica, sendo uma religião muito nacionalista, tanto que até 1946 era a única do Japão que era permitida. Influenciou outras religiões como o seicho-no-ie, igreja messiânica e o Budismo Terra Pura.

Segundo o credo, antes havia apenas o oceano e a terra, depois sete gerações divinas nasceram e surgiram os próprios deuses gêmeos Izanagi e Izanami, que ao fincarem sua lança, fundaram a ilha onde puderam vir como humanos.
Então uniram-se como macho e fêmea, fazendo nascer mais 8 ilhas, ou seja, o Japão. O credo passou por uma fase evolutiva enorme começando no período Jomon. No século VI o Budismo entra e ganha simpatia geral, inclusive dos imperadores.
Anos e anos se passaram de dominações estrangeiras e os sacerdotes japoneses se interessaram em manter a religião que nasceu no seio japonês viva, e diziam Buda ser um Kami encarnado, lembrando muito o que os escravos negros do Brasil fizeram em relação aos santos católicos, onde eles apenas adaptaram as suas crenças.

No século XVI ao XVIII o Japão se nacionalizou e aos poucos tornou o Xintô, mais cívico que religioso e assim venceu na preferência, nem que seja por métodos não tão ortodoxos.
Sem livros, sem dogmas, sem fundador, código, o xintoísmo é muito diferente da maioria dos outros credos. Inicialmente acreditava em forças naturais, depois no século VIII, inspirada no confucionismo e budismo, além de herdar o nome dos chineses se torna o que é hoje. A base é o culto ao Kamis. Kamis significa, deuseus celestiais, como Izanagi e Izanami, qualquer coisa divina ou misteriosa. Lendas falam de 8 milhoes de Kamis, que estão por toda volta na natureza. Se a pessoa for boa, se torna um kami. Cada familia, clã ou grupo religioso, pode ter o seu. A mais importante é a deusa do sol Amaterasu O-Mikami, que pertenceu a família real.
Já o Homem é considerado um ser bom, sendo que para o xintoísta não há maldade, a não ser por causa dos espíritos malginos de mundos inferiores. Para o Xintô, cada coisa tem seu significado, os pecados tem valorações e motivos diferentes.

A sua cosmologia divide o mundo nipônico em:
Vertical
Alta Planície Celeste - Morada dos Kamis
País do Meio da Planície dos Canaviais - Morada dos homens, Kamis em potencial.
País de Yomi - Morada dos seres inferiores e mortos
Horizontal
País do meio e dos mortos lado a lado, sendo o dos mortos a terra das delícias.
O xintoismo tem várias maneiras de ser cultuado, a doméstica, a dos santuários, a dos imperadores, dos populares e das seitas, que depois da segunda guerra, muitos dos líderes dessas seitas se tornaram independentes como culto, até formando novas correntes.
Shinten, "escrituras sagradas", são um conjunto de textos mas nenhum de caráter divino, apenas explicam a época (meados de 700 d.c).

A hierarquia tem os sacerdotes, ou em bom japonês Kannushi, ou em chinês shinkoki. O sacerdócio é aberto as mulheres, sendo que tem muitas que comandam templos. Outra alternativa da mulher é ser Mikos, uma virgem que promove danças religiosas. Para se ter uma idéia existem festas como a Reisai, a de Primavera, Verão e Outono, além de dias e feriados especiais, e ainda toda a vida controlada, existe até uma manutenção por idade, da iniciação ao fim dela.

Conforme os clãs iam se juntando sob um líder imperial, os outros cultos se fundem ou apenas somem, e sobra o xinto. A partir do século VI, os kamis das familias reais foram elevados ao posto de deuses nacionais.
O xintoismo foi a religiao do japão de 1868 à 1946, antes era o budismo que foi introduzido no século VI, como foi anteriormente citado, quando Hirohito, derrotado na 2 guerra mundial, renuncia ao caráter divino e proclama liberdade de culto pela nova constituição do Japão.

quarta-feira, 11 de fevereiro de 2009

O Velho jogo de varetas





Agora começa a série a origem das coisas, da qual eu vou relatar através de pesquisas, a origem das mais variadas coisas, das quais todo mundo sempre se perguntou, ou pelo menos nunca foram respondidas nas aulas de História da escola.
Esses dias, entediado pelo calor essessivo, fui para o pátio de minha casa e me recordei das coisas que eu gostava quando novo, sendo uma delas o jogo de varetas, ou o chamado pega-varetas, e logo me perguntei: "oras qual é a origem desse antigo jogo?". A dúvida atinge até os estudiosos que tem múltiplas opiniões sobre sua origem. Uma delas pode ser a da origem indiana, onde o jogo teria o nome de "jonchet", descrito no "diálogos de Buda", que tem mais de 5 mil anos.

Outra origem remonta à China antiga (e de inventar os chineses são especialistas), onde a grande dúvida sobre o nome, sendo feita de marfim. No Japão são feitas de bambu.
Como tem origem oriental, está possivelmente ligada ao misticismo e magia. As regras tem muitas marcas também como a paciência, serenidade e habilidade manual.


Atualmente faz-se um sorteio para depois se derrubar as varetas sobre algo sólido como uma mesa. Logo, depois tenta-se pegar a vareta sem mexer, caso mexa passa-se a vez para o oponente. Atualmente, os valores das varetas são: verde 5, Azul 10, Amarelo 15, vermelha 20, preto 50
Curiosidade: Era o jogo favorito do Rei francês Luís XIII

sábado, 7 de fevereiro de 2009

Estado-Nação: Dificuldades da América




A questão identidade nacional foi um caso complicado tanto na formação dos Estados sul-americanos, quanto na dos EUA. Para se ter idéia disso, voltemos à análise para como eram as situações anteriores à chegada do europeu na América. Na América do Sul e Central tínhamos povos sedentários, que formaram impérios como os Incas (Peru/Bolívia), e Astecas (México/yucatán), e por povos menos “organizados” também, que viviam de coleta, pesca e formas bem simples de sobrevivência. Já na América do Norte, tínhamos várias tribos na maioria nômades, que caçavam bisões, animais desconhecidos dos europeus.
A América tem como data oficial de descoberta 1492, quando Colombo chega e logo funda a colônia de Natividade, em uma região próxima ao atual Bahamas. Mas, para se ter idéia a Inglaterra somente em 1607 consegue sucesso com a implantação da colônia de Virginia, em homenagem a Elizabeth I, a rainha virgem. Antes foi uma sucessão de pequenas expedições e tentativas fracassadas. Na América do Sul, os mais ilustres do Reino de Espanha e de Portugal são enviados em função de colonizar e explorar o Novo Mundo.
Já na América do Norte, somente o resto humano foi mandado para as treze colônias, que ali surgiram, puritanos, vagabundos, camponeses, entre outros excluídos das altas camadas da coroa inglesa. Outra diferença relevante era o apoio, ou pelo menos o interesse das coroas, já que as colônias inglesas possuíam tal descaso que por isso mesmo, teve maior autonomia. Mas, tanto em América Espanhola, quanto em América Inglesa havia muitas coisas contra a formação de um estado unificado. Aqui, na América Espanhola, já vimos que a própria formação anterior já não ajudava, e depois as diferentes divisões administrativas também interferiram. Nas treze colônias tínhamos também grande diversidade, porque para se ter idéia além de ingleses tínhamos colônias fundadas por holandeses, tínhamos puritanos, e outros grupos diferentes. Mas, depois de vermos essas diferenças, ainda não se pode saber, como que os EUA tiveram muito mais clara essa noção de identidade nacional, do que os sul-americanos.
Em primeiro lugar, a identidade norte-americana só aparece mesmo, com força total após a guerra de secessão em 1860, que foi o conflito entre os que defendiam um modelo latifundiário, agrícola e escravista (sul), versus os que defendiam o modelo mais fabril, de pequena propriedade e abolicionista (Norte). Nesse período muitas das idéias que ameaçaram a força aglutinante norte-americana caíram por terra com o fim da guerra. Mas, antes esse processo, mesmo que de forma lenta já tinha começado. Antes da independência, em 1776, as treze colônias, que não tinham clara a idéia de separatismo (ao contrario do que muitos pensam), porque afinal se consideravam ingleses da colônia do pacífico ou ainda virginianos, já se apoiavam em heróis da “nação”, embora ela ainda não existisse. Os peregrinos (pilgrim) eram os desbravadores que vieram tentar uma vida melhor em um lugar desconhecido, e por sua coragem tinham essa glória de heróis. Os puritanos também se consideravam senão heróis, pelo menos escolhidos (nova Israel), eleitos da sociedade. Com isso surgiu a idéia de WASP (White Anglo-Saxon Protestant). Mas, o qual era o interesse em ter uma unidade? Além de facilitar a defesa do novo país, facilitava e muito na cobrança de impostos, por exemplo, de uma contribuição em conjunto para o sucesso econômico do Estado, pelo menos na teoria todos deveriam contribuir para o bem comum.
Para se ter uma idéia, após a independência, George Washington não tinha noção de como seria a melhor forma de chamarem ele, em relação ao cargo que o próprio iria exercer. E o pior era como unir tantas entidades diferentes? Afinal, existiam grandes diferenças entre as colônias do Centro, do sul e do Norte.


Diferenças entre as 13 Colônias:
Norte – Composto por Virginia, Maryland, Carolina do Norte, Carolina do Sul, Geórgia. Tinha como clima terras férteis e temperadas, usavam o sistema de plantation (arroz, tabaco, anil e depois algodão). Mão-de-obra escrava e sistema mercantil.

Centro – Nova York, Delaware, Nova Jersey, Pensilvânia. Colonização Holandesa, terra dos Quakers (Pensilvânia).

Sul – Massachussets, Nova Hampshire, Connecticut, Rhode Island. Faziam uso da pequena agricultura, comercio, extração de madeira, foi inicialmente colonizada por puritanos.


Um dos entraves que era um país vasto e sem grandes ocupações de terra por colonos. Aqui outra diferença da América Espanhola, já que apesar de não ter tantos habitantes, o espaço era bem mais aproveitado.
Agora podemos voltar a falar um pouco mais da América Espanhola. Aqui também tivemos grandes problemas quanto à unificação, principalmente na discussão entre conservadores e liberais, entre a centralização do poder e a descentralização (regionalização). No México temos os yorquinos e os escoceses em conflito, os primeiros, liberais, defendiam um modelo federalista e descentralizado, os segundos conservadores defendiam um centralismo político. Os yorquinos queriam expulsar os últimos espanhóis do México, o que causou grande insatisfação por parte dos conservadores. Na Argentina tem a implicação dos caudilhos no processo, e podemos ver as dificuldades portenhas nesse trecho, “(...) O confronto entre interesses de unificação do Estado nacional e os que pretendiam autonomia provincial traduzia-se na tentativa dos comerciantes de Buenos Aires em manter uma posição hegemônica na exportação de couros, charque, lã e outros produtos provinciais e, ao mesmo tempo, manter-se adiante no processo de importação de produtos europeus. No entanto, a incapacidade desse grupo de comerciantes em unificar as províncias e manter um governo centralizado traduziu-se num período de guerras civis”.(WASSERMAN, 96: 190). Em Casos de Peru, Bolívia, Chile, nada se altera muito em relação ao conflito entre centralizar e descentralizar. Talvez esteja aqui em boa parte a nossa resposta. Na América Espanhola, os liberais conseguiram garantir essa regionalização, já nos EUA, essa até perdurou, por motivos óbvios, mas se modificou na guerra de Secessão sendo que os derrotados tiveram que aderir de vez as idéias dos vencedores (winners), o que facilitou a expansão territorial e econômica do novo Estado e mais identificação nacional. Mas, para ter-se mais noção do porquê da idéia de manter regionalizado o Estado, “(...) a regionalização ocorre por causa de um desenvolvimento auto-sustentado de cada uma das partes e também porque cada uma dessas economias autárquicas, em geral não cumprem qualquer função no conjunto da sociedade. As forças centrífugas que atuavam no processo de formação do Estado Nacional latino-americano eram resultado dos interesses pré-capitalistas na manutenção de sociedades desarticuladas, cujo elemento dominante era dado pelo domínio interpessoal do grande proprietário. A falta de um elemento aglutinador na fase de constituição dos Estados Nacionais referia-se, na verdade, à inexistência de uma base econômica capitalista e de uma classe social com interesses não localizados regionalmente mas em todo o território nacional. Por isso, pode-se dizer que as lutas entre liberais e conservadores, litoral e interior, costa e serra eram expressões de interesses não localizados regionalmente mas em todo o território nacional. Por isso, pode-se dizer que as lutas entre liberais e conservadores, litoral e interior, costa e serra, eram expressões de interesses, em determinados sistemas produtivos ou, melhor, modos de produção.”(WASSERMAN, 96: 205).
Então, podemos entender que como na América Espanhola, havia pouca identificação entre as regiões, que na maioria tinham mais contato com a metrópole Espanhola do que entre si mesmas, e não havia interdependência econômica, porque haveria de ter divisão de lucros e igualdade entre todos. Porque do nada se deveria montar uma “colcha de retalhos” e agir como um corpo integrado?
Já nos EUA, apesar de serem 13 colônias, algumas tinham interesses parecidos, e de certa forma havia maior comunicação entre elas, até por descaso inglês. Quando a Inglaterra quis essa maior intervenção econômica, ocorre a independência e em 1860 as diferenças foram tiradas de vez na Guerra de Secessão. Foram criados heróis nascidos nas próprias colônias ou heróis desprezados na Inglaterra, como os peregrinos. Já na América Espanhola, os heróis eram os criollos, que praticamente eram espanhóis nascidos no “lugar errado”.