sexta-feira, 13 de fevereiro de 2009

Sobre o Xintoísmo




Conjunto de ritos e mitos que explicam a origem do mundo, do japão e dos japoneses. Começou sem nada muito definido, nem dogmas, nem nomes exatos.
É a única religião que pode ser considerada exclusivamente japonesa, já que não sogreu influências de nenhuma outra seita. Está impregnada na cultura japonesa e tem marcas bem claras na sociedade nipônica, sendo uma religião muito nacionalista, tanto que até 1946 era a única do Japão que era permitida. Influenciou outras religiões como o seicho-no-ie, igreja messiânica e o Budismo Terra Pura.

Segundo o credo, antes havia apenas o oceano e a terra, depois sete gerações divinas nasceram e surgiram os próprios deuses gêmeos Izanagi e Izanami, que ao fincarem sua lança, fundaram a ilha onde puderam vir como humanos.
Então uniram-se como macho e fêmea, fazendo nascer mais 8 ilhas, ou seja, o Japão. O credo passou por uma fase evolutiva enorme começando no período Jomon. No século VI o Budismo entra e ganha simpatia geral, inclusive dos imperadores.
Anos e anos se passaram de dominações estrangeiras e os sacerdotes japoneses se interessaram em manter a religião que nasceu no seio japonês viva, e diziam Buda ser um Kami encarnado, lembrando muito o que os escravos negros do Brasil fizeram em relação aos santos católicos, onde eles apenas adaptaram as suas crenças.

No século XVI ao XVIII o Japão se nacionalizou e aos poucos tornou o Xintô, mais cívico que religioso e assim venceu na preferência, nem que seja por métodos não tão ortodoxos.
Sem livros, sem dogmas, sem fundador, código, o xintoísmo é muito diferente da maioria dos outros credos. Inicialmente acreditava em forças naturais, depois no século VIII, inspirada no confucionismo e budismo, além de herdar o nome dos chineses se torna o que é hoje. A base é o culto ao Kamis. Kamis significa, deuseus celestiais, como Izanagi e Izanami, qualquer coisa divina ou misteriosa. Lendas falam de 8 milhoes de Kamis, que estão por toda volta na natureza. Se a pessoa for boa, se torna um kami. Cada familia, clã ou grupo religioso, pode ter o seu. A mais importante é a deusa do sol Amaterasu O-Mikami, que pertenceu a família real.
Já o Homem é considerado um ser bom, sendo que para o xintoísta não há maldade, a não ser por causa dos espíritos malginos de mundos inferiores. Para o Xintô, cada coisa tem seu significado, os pecados tem valorações e motivos diferentes.

A sua cosmologia divide o mundo nipônico em:
Vertical
Alta Planície Celeste - Morada dos Kamis
País do Meio da Planície dos Canaviais - Morada dos homens, Kamis em potencial.
País de Yomi - Morada dos seres inferiores e mortos
Horizontal
País do meio e dos mortos lado a lado, sendo o dos mortos a terra das delícias.
O xintoismo tem várias maneiras de ser cultuado, a doméstica, a dos santuários, a dos imperadores, dos populares e das seitas, que depois da segunda guerra, muitos dos líderes dessas seitas se tornaram independentes como culto, até formando novas correntes.
Shinten, "escrituras sagradas", são um conjunto de textos mas nenhum de caráter divino, apenas explicam a época (meados de 700 d.c).

A hierarquia tem os sacerdotes, ou em bom japonês Kannushi, ou em chinês shinkoki. O sacerdócio é aberto as mulheres, sendo que tem muitas que comandam templos. Outra alternativa da mulher é ser Mikos, uma virgem que promove danças religiosas. Para se ter uma idéia existem festas como a Reisai, a de Primavera, Verão e Outono, além de dias e feriados especiais, e ainda toda a vida controlada, existe até uma manutenção por idade, da iniciação ao fim dela.

Conforme os clãs iam se juntando sob um líder imperial, os outros cultos se fundem ou apenas somem, e sobra o xinto. A partir do século VI, os kamis das familias reais foram elevados ao posto de deuses nacionais.
O xintoismo foi a religiao do japão de 1868 à 1946, antes era o budismo que foi introduzido no século VI, como foi anteriormente citado, quando Hirohito, derrotado na 2 guerra mundial, renuncia ao caráter divino e proclama liberdade de culto pela nova constituição do Japão.

3 comentários:

  1. Interessante saber sobre o Xintoísmo, uma religião desconhecida por muitos...
    Inflizmente a cultura da Ásia não chega o Brasil, que prefere aceitar tudo o que vem dos EUA...

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  2. Agora sim... Consegui ler o texto inteiro. Má que coisa! Que putaria esse lance aí de deuses gêmeos se fecundarem. oO
    Bem interessante... Bom, eu adoro religiões baseadas no poder da natureza, só não concordo com o fato de dizerem que o homem não é mau, e sim que ele sofre "influências".
    Isso sem contar que o "kami" de cada família real era considerado divino. Isso mostra o poder dos ricos!
    Muito rico o teu texto, Felipe. Continua escrevendo que tu vais longe!

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  3. eu participei ontem de um culto de xintuismo e consegui ver e perceber qual eh o verdadeiro significado da vida...
    digo a todos que se tiver a oportunidade de conhecer nao perderem tempo pois la esta a aluz que todos precisam alcançar

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